domingo, setembro 22, 2013

Tratando um problema social com auxílio da arte.


O sol começava a sair de trás das nuvens, por volta das 10h de anteontem, quando o psiquiatra Flavio Falcone, de 33 anos, formado pela Universidade de São Paulo (USP), abriu a porta do banheiro da Unidade De Braços Abertos, na Rua Helvetia, no coração da Cracolândia, centro de São Paulo. Com um nariz de bola vermelha e o rosto maquiado, usando uma cartola branca, terno de tecido grosso e uma gravata feita com gaze, ele já havia incorporado o palhaço Fanfarrone.
Pela décima vez nos últimos dois meses, Falcone repetia o ritual das últimas sextas-feiras. Fantasiado, aborda os usuários de crack nas ruas lotadas da Cracolândia para ganhar a confiança deles e convencê-los a iniciar um tratamento que possa livrá-los de uma das drogas mais consumidas no País. Um em cada três (35%) consumidores de drogas ilícitas nas capitais do País usa crack, conforme pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz, divulgada na quinta-feira.
As vestimentas do médico são inspiradas em Zé Pelintra, entidade da umbanda que, segundo uma versão sobre sua morte, bebia demais e foi atropelado depois de adormecer na linha de trem. "O palhaço ajuda a estabelecer uma relação horizontal, de igual para igual, com o povo daqui. De médico, imediatamente se cria uma hierarquia que eu prefiro desconstruir", diz. Depois dos primeiros passeios, um pandeiro também passou a fazer parte dos acessórios da peregrinação. Quando os usuários viam o palhaço, muitos o rodeavam e começavam a cantar com ele.
Logo nos primeiros passos, Fanfarrone é abordado por uma mulher de cerca de 30 anos, magra, cabelos castanhos, envelhecida pela droga, que vem conversar sobre astrologia. Ela pergunta o signo do palhaço, que responde ser de escorpião. A moça conta a história do marido do mesmo signo, que consome crack com ela. "Eu fumo para ficar na brisa, para ouvir música, para fazer amor. Ele fuma e fica violento, fala bobagens, me bate. Quando escorpião dá para ser ruim, sai de baixo", diz a moça.
Uma liderança da cena local começa a acompanhar Fanfarrone, depois de comunicada de que haveria fotos e que o repórter iria junto. Pardal, de 50 anos, foi com um chapéu verde-amarelo, segurando um acessório de penas coloridas. Usa óculos sem lentes para "passar uma imagem de respeito", que ele tira durante os bate-bocas com outros frequentadores.

Pardal estava agitado na manhã de sexta, sob o efeito da pedra. Contou que a Escola de Samba Tom Maior havia sido criada em sua casa, na zona sul, e depois se emocionou ao falar do filho que foi preso aos 15 anos e só agora havia saído da prisão. Assumiu com o palhaço o compromisso de participar de um grupo de música para o bairro, projeto ainda a ser apresentado ao poder público.
Fanfarrone segue pela Helvetia em direção à Rua Dino Bueno, onde fica "o fluxo", termo usado para definir o movimento de venda e consumo intenso da pedra. Ganha um boneco de pelúcia de presente de uma moça, que pede que ele guarde o bichinho com cuidado. Metros adiante, Fanfarrone perde o boneco, levado de seu bolso por um homem.
A rua está agitada às 10h30. Barraquinhas de roupas velhas ficam na calçada, num comércio de objetos sem valor para fazer dinheiro para manter o consumo da pedra. Em outro, são vendidos carrinhos de plástico quebrados e muitos restos de equipamentos eletrônicos. Um jovem branco, de cabelos claros e compridos, tenta vender uma bela jaqueta preta, no meio do fluxo, para obter recursos e comprar mais pedra.
Fanfarrone segue decidido, passando em meio à multidão efervescente. Para a reportagem, ele diz que a escolha do palhaço não foi gratuita. "O palhaço, na verdade, deu sentido para minha vida. Aqui, eu também busco a minha cura", conta. Criado em Piracicaba, no interior de São Paulo, ele sempre foi uma criança tímida. Seus pais eram donos de uma escola de balé. Desde os 4 anos, ele assistia, discretamente, a quase todas as aulas. Depois, repetia as coreografias escondido.
Sonho. Aos 14 anos, sonhou que estava tratando de dependentes químicos. Foi quando decidiu ser psiquiatra. Sempre teve facilidade com os estudos e ingressou na USP. Junto com a Medicina, passou a fazer aulas de palhaço e conseguiu se livrar da depressão que o perseguia. "O palhaço lida com as sombras. Ele revela o lado ridículo de situações que, às vezes, levamos muito a sério. Eu sempre fui uma pessoa tímida. Passei a rir de mim mesmo, o que foi mais eficiente do que qualquer terapia. Parece que, hoje, renasci e vivo em outra encarnação", diz.

A sombra dos frequentadores da Cracolândia, para o palhaço, é o potencial muitas vezes desperdiçado daquelas pessoas. Fanfarrone continua andando no meio da confusão, com gente de olhos arregalados por todos os lados, cachimbos de aço sendo acesos, discussões e dedos em riste, quando, de repente, um cego de roupa social aparece, tentando passar no meio do fluxo com a ajuda da bengala. Tudo pode parecer muito triste, mas Fanfarrone acredita no poder terapêutico de transformar em riso a miséria humana.
Nos primeiros dois meses de atividade, ele calcula ter conseguido "construir vínculos" com 30 pessoas. Um deles era HIV positivo. Depois de saber que tinha a doença, decidiu "morrer na Cracolândia". Fanfarrone disse que hoje pessoas com aids podem sobreviver por anos, desde que medicadas. Ao saber disso, o jovem começou a se tratar. Mas permanece na Cracolândia.
Fanfarrone evita arriscar um palpite sobre quanto tempo a região ainda vai conviver com a cidade. Mas arrisca uma definição sobre o local: "a Cracolândia é a sombra da cidade de São Paulo".
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120 pontos da cidade de São Paulo com WI FI livre.




São Paulo terá conexão à internet sem fio gratuita em 120 pontos da cidade a partir de outubro, de acordo com previsão da Prefeitura de São Paulo. A Prefeitura também informa que, além das praças, haverá conexão em outras áreas públicas como terminais de ônibus, ruas e parques. Será possível conseguir o sinal através de dispositivos como tablets, notebooks, smartphones, netbooks e desktops.
Uma das exigências feitas pela Prefeitura para a contratação das empresas que prestarão o serviço é a qualidade do sinal, que deve ser estável o tempo todo, com velocidade mínima de cada usuário de 512 kbps para download e upload. A gestão prevê desembolsar R$ 15 milhões por ano para o pagamento dos prestadores de serviço. O contrato terá duração de 36 meses, podendo ser renovado por mais 12 meses.
“Uma das exigências é a pessoa ter possibilidade plena de usar a internet. Queremos resgatar a idéia de wi-fi livre, as pessoas não tendo restrições no uso”, disse o secretário de Serviços Simão Pedro.
Veja abaixo a lista de locais que terão o sinal de internet sem fio:
  • Bela vista - Masp/Trianon
  • Bela vista - Praça Don Orione
  • Bom retiro - Parque da Luz
  • Cambuci - Largo do Cambuci
  • Consolação praça Dom José Gaspar
  • Consolação - Praça Roosevelt
  • Liberdade - Praça da Liberdade
  • República - Largo do Arouche
  • República - Vale do Anhangabaú
  • República - Praça Ramos de Azevedo
  • República - Praça da Bandeira
  • República - Largo do Paissandu
  • República - Praça Da República
  • Santa Cecília - Praça Marechal Deodoro
  • Santa Cecília - Largo Santa Cecília
  • Sé - Largo São Bento
  • Sé - Páteo Do Colégio
  • Sé - Praça Do Patriarca
  • Sé - Largo São Francisco
  • Sé - Parque Dom Pedro Ii
  • Sé - Largo Do Café
  • Sé - Mercado Municipal
  • Sé - Praça Da Sé
  • Água Rasa - Praça São Luis Do Curu
  • Belém - Parque Estadual Do Belém / Vila Maria Zelia
  • Brás - Largo Da Concórdia
  • Mooca - Praça Ciro Pontes / Ao Lado Do Senai
  • Pari - Praça Kantuta
  • Tatuapé - Praça Silvio Romero
  • Aricanduva - Praça Vicente Falceta (Altura 2500 Da Conselheiro Carrão)
  • Carrão Praça - Aroldo Daltro / Vila Manchester
  • Vila Formosa - Praça Sampaio Vidal
  • Cidade Tiradentes - Praça Do 65 / Pombas Urbanas
  • Cidade Tiradentes - Praça Do Terminal Metalúrgicos
  • Ermelino Matarazzo - Praça Roberto Mendes
  • Ponte Rasa - Praça Maestro Assis Republican
  • Guaianases - Praça Presidente Vargas / Mercado Municipal
  • Lajeado - Praça Cecília Marques De Araújo
  • Itaim Paulista - Praça Lions Clube
  • Itaim Paulista - Praça Silva Telles
  • Vila Curuçá - Praça Mãe Preta
  • Vila Curuçá - Parque Chico Mendes
  • Cidade Líder - Praça Miguel Melo E Alvim
  • Itaquera - Praça Na Rua Gregório Ramalho
  • José Bonifácio - Praça Brasil (Praça Mãe Menininha Do Gantois)
  • Parque Do Carmo - Parque Do Carmo – Próximo ao Corpo Bombeiros / Espaço De Eventos
  • Artur Alvim - Praça Dilva Gomes Martins (Cohab 1)
  • Cangaíba - Praça Rafael Thomeu
  • Penha Largo - Do Rosário
  • Vila Matilde - Praça Da Conquista
  • Iguatemi - Praça Oslei Francisco Borges (Rua Tauro, 58)
  • São Mateus - Praça Felisberto Fernandes Da Silva / Largo São Mateus
  • São Rafael - Praça Osvaldo Luís Da Silveira
  • Jardim Helena - Estação Cptm /Rua São Gonçalo Do Rio Das Pedras
  • São Miguel - Praça Padre Aleixo (Do Forró)
  • Vila Jacuí - Praça Fortunato Da Silveira / Unicsul
  • São Lucas- Praça Sônia Aparecida De Lima
  • Sapopemba - Praça Waltinho Gonçalves De Oliveira E Praça Jorge Gomes Veloso
  • Vila Prudente - Praça Do Centenário Da Vila Prudente
  • Cachoeirinha - Terminal Vila Nova Cachoeirinha
  • Casa Verde - Terminal Casa Verde (Rua Bahia Formosa, 90)
  • Limão - Praça João Azevedo Borges
  • Brasilândia - Praça Senhor Do Bonfim
  • Freguesia - Do Ó Largo Da Matriz
  • Jaçanã Praça - Comandante Eduardo De Oliveira
  • Tremembé - Praça Mariquinha Sciascia
  • Anhanguera - Praça Felipe Facini
  • Perus - Praça Inácio Dias
  • Jaraguá - Praça Padre José Kentenich
  • Pirituba - Praça João Boldo
  • São Domingos - Praça Nerson Parreiras Gama
  • Mandaqui - Praça Doutor Policarpo De Magalhães Viotti
  • Santana - Estação Terminal Do Metrô
  • Tucuruvi - Metrô Tucuruvi – Av Dr Antonio Maria Laet
  • Vila Guilherme - Praça Oscar Da Silva
  • Vila Maria - Praça Novo Mundo
  • Vila Medeiros - Praça Lourenço De Bellis
  • Butantã - Praça Elis Regina
  • Morumbi - Parque Alfredo Volpi
  • Raposo Tavares - Praça Festa Das Luzes
  • Rio Pequeno - Praça Maria Dorothea Brasil Vita
  • Vila Sônia - Praça Mauricio Goulart
  • Barra Funda - Terminal Barra Funda
  • Jaguara - Praça General Guimarães
  • Jaguaré - Praça Gen. Porto Carreiro
  • Lapa - Calçadão Da Lapa - Começo Da Rua 12 De Outubro
  • Lapa - Estação Cptm E Mercado
  • Perdizes - Praça Irmãos Karman
  • Vila Leopoldina - Ceasa
  • Alto De Pinheiros - Parque Vila Lobos
  • Itaim Bibi - Praça Arlindo Rossi
  • Jardim Paulista - Praça Benedito Calixto
  • Pinheiros Largo - Da Batata
  • Pinheiros  - Mercado Municipal De Pinheiros
  • Moema - Parque Do Ibirapuera
  • Saúde - Praça Da Árvore
  • Vila Mariana - Largo Dona Ana Rosa
  • Campo Limpo - Praça Na Rua Ovídio Lopes Guimarães - Jardim Rosana
  • Campo Limpo - Praça João Tadeu Priolli (Praça Do Campo Limpo)
  • Capão Redondo - Praça Adão Domingos De Moraes Filho
  • Vila Andrade - Escadão Da Rua Manuel Antonio Pinto (Entr Fav Paraisópolis)
  • Cidade Dutra - Praça João Beiçola Da Silva
  • Grajaú Praça Do Xerife - Prolongamento Entre As Ruas Ezequiel Lopes Cardoso E Rua José Quaresma Junior
  • Socorro Estação Jurubatuba - Praça Camafeu
  • Cidade Ademar - Praça Luigi Palma
  • Pedreira - Praça Fausto A Gonçalves
  • Cursino - Largo Santa Angela
  • Ipiranga - Parque Da Independência
  • Sacomã - Centro De Convivência Educativo E Cultural De Heliópolis
  • Sacomã - Largo São João Climaco
  • Jabaquara - Praça Seixo No Ie
  • Jabaquara - Parque Do Nabuco
  • Jardim Ângela - Praça Polos Da Paz - Final Da Rua Soares Souza Junior
  • Jardim Ângela - Rua Das Variações Musicais - Quadras Ao Lado Do Núcleo De Convivência De Idosos
  • Jardim São Luís - Praça Dos Cartógrafos
  • Marsilac Aldeia Tenondé Porã Ou Krucutu - Povoado Mais Próximo
  • Parelheiros - Praça Júlio César De Campos
  • Campo Belo - Praça Jorge Alves Brown
  • Campo Grande - Praça Adib Bechara
  • Santo Amaro - Largo 13

sexta-feira, setembro 20, 2013

Edital Itaú Cultural.

Estão abertas as inscrições para o programa Rumos Itaú Cultural, que vai financiar projetos artísticos com até R$ 400.000. Podem concorrer trabalhos feitos por pessoas físicas de mais de 16 anos, desenvolvidos em qualquer plataforma, formato e área artística.

Serão premiadas iniciativas em 12 categorias: circulação de repertório; criação e/ou produção de obra; desenvolvimento de plataformas e softwares; documentação; finalização de projetos; formação; pesquisa; publicação; crítica; residência; oficina, seminário, encontro e similares; e outras possibilidades.
Os projetos serão analisados por uma comissão formada por profissionais de diversas áreas das artes e da comunicação.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 14 de novembro.
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segunda-feira, setembro 16, 2013

Diante da negativa de planos ou seguros saúde em manterem a extensão do contrato ao ex-empregado (demitido ou aposentado), cabe recorrer ao Judiciário para garantir tal direito.


Atualmente, a legislação garante tanto ao empregado demitido sem justa causa bem como ao aposentado que mantenham os planos de saúde empresariais após o seu desligamento, desde que assumam o pagamento integral das mensalidades.

A condição imposta pela lei para usufruir deste benefício é de que o ex-empregado tenha contribuído com o pagamento das mensalidades. No caso do empregado demitido sem justa causa, este poderá permanecer no plano empresarial por um período mínimo de 06 meses e máximo de 24 meses contados a partir do seu desligamento. Quanto ao aposentado, se esta contribuição se deu por período superior a dez anos, lhe é garantido o direito de permanecer no plano por período indeterminado.

No entanto, uma questão que vem ganhando grande relevância diz respeito à noção do que se considera "contribuição" para fins de garantia do direito previsto em lei e como interpretar o direito do ex-empregado (demitido ou aposentado) que goza de planos de saúde custeados integralmente pelo empregador, sem desconto fixo em folha do empregado ou, no máximo, arcam com a chamada coparticipação apenas quando da efetiva realização de exames, consultas e procedimentos.

Os planos e seguros saúde, de modo geral, buscam desqualificar quaisquer descontos pagos pelos beneficiários fazendo contraposição entre a expressão “contribuição” e “coparticipação”, se amparando na disposição do §6.º, do art. 30, da Lei n.º 9.656/98, segundo o qual: “(...) nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa, não é considerada contribuição a coparticipação do consumidor, única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou hospitalar”.

Vale dizer, os planos e seguros saúde sustentam que a própria lei lhes daria respaldo para negar aos ex-empregados (demitidos ou aposentados) a manutenção dos contratos quando os mesmos sejam custeados integralmente pelo empregador ou, alegam ainda, que eventual coparticipação não tem a natureza de "contribuição" para justificar a garantia de extensão do contrato prevista em lei.
Contudo, esta linha de raciocínio não tem prevalecido no Judiciário.

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por exemplo, tem reiteradamente decidido que o custeio integral do serviço de saúde pelo empregador não afasta o entendimento de que o empregado também contribuiu, ainda que indiretamente, pois se trata de prestação  in natura que integra a remuneração.

Como se vê, o Judiciário vem interpretando de forma extensiva a palavra “contribuição”, para admitir como tal tanto o pagamento direto, feito pelo empregado mediante desconto em folha de pagamento, quanto a contribuição indireta, caracterizando-se esta segunda modalidade na hipótese de o empregador arcar integralmente com o pagamento do plano de saúde como forma indireta de remuneração para o empregado (salário indireto), motivo pelo qual um mero jogo de palavras calcado no §6º, do art. 30, da Lei nº 9.656/98 não pode obstar a manutenção pelos ex-empregados (demitidos ou aposentados) dos planos de saúde de que eventualmente tenham usufruído durante a vigência do contrato de trabalho.



Portanto, diante da negativa de planos ou seguros saúde em manterem a extensão do contrato ao ex-empregado (demitido ou aposentado), cabe recorrer ao Judiciário para garantir tal direito.


Leia mais:

Na Faixa / contação de histórias no CEU Casablanca


O grupo Mil folhas de contos e canções, idealizado por Thaís Medeiros (foto ao lado), conta a “história das cores” para crianças de todas as idades.

Aproveite para se encantar com esta bela contação de histórias na Biblioteca Patativa do Assaré.



Quando:
20 de setembro, 2013.
10hs.

Onde:
CEU Casablanca
Rua João Damasceno, 85 - Vila das Belezas


quinta-feira, setembro 12, 2013

Coletivo A Banca, recebe a visita de Alessandro Buzo .



O apresentador Alessandro Buzo estreia o Fala aí Uninove. Um programa semanal, publicado aqui no canal da TV Uninove toda quarta-feira que vai mostrar os projetos sociais espalhados pela cidade de São Paulo com o apoio da Uninove.

Neste programa de estreia, o Fala aí Uninove foi conhecer o projeto cultural A Banca, no Jardim Ângela , zonal sul de São Paulo. 



O grande diferencial do trabalho realizando pela A Banca vai muito além da música e da cultura Hip Hop. Nas atividades culturais sociais, são abertos espaços para discussão de temas muito relevantes para o público jovem, tais como: cidadania, direitos, deveres, polícia, drogas, igreja, crime, tráfico, violência doméstica, gênero, sexo, cultura de paz, entre outros. 

Alessandro Buzo é um escritor, ativista social, colunista, repórter e cineasta brasileiro.
Iniciou como escritor em 2000, com O Trem - Baseado em Fatos Reais, que originou a música "O Trem" do grupo RZO. Lançou mais quatro livros: Suburbano Convicto - O cotidiano do Itaim Paulista (2004), Guerreira (2007), Toda Brisa Tem Seu Dia de Ventania e por fim Favela Toma Conta.
Além disto, dirigiu o filme Profissão MC de 2006, é colunista do jornal Boletim do Kaos, organiza a coletânea literária Pelas Periferias do Brasil e faz parte do programa Manos e Minas, desde 2008, onde apresenta o quadro Buzão. Recebeu diversas premiações noFestival Hutúz.
Desde outubro de 2011, colabora com o jornal SPTV 1ª Edição, da Rede Globo, onde apresenta, às sextas-feiras, o quadro "SP Cultura", sobre a cultura da periferia paulistana. 

Mais;

O que toda reunião com o poder público deveria ter, uma prova gravada..


Reunião com Ministério Público e Sehab em 10 de setembro de 2013.

quarta-feira, setembro 11, 2013

Senta que lá vem História .


O prédio da Light, cujo nome oficial é prédio Alexandre Mackenzie, é um dos mais esplêndidos edifícios da cidade. Enobrecendo aquela que já foi chamada de "a esquina mais movimentada do Brasil", da Xavier de Toledo com o Viaduto do Chá, também tem uma fachada na rua Formosa. Sua localização privilegiada propicia belas perspectivas visuais, desde o Viaduto do Chá e do Anhangabaú.

O papel da The São Paulo Light & Power na história da industrialização da cidade é cercado de polêmica. Para uns, foi fundamental para o desenvolvimento econômico de São Paulo, fornecendo energia elétrica para um parque industrial que se desenvolvia com velocidade não superada em qualquer parte do mundo. Citam as impressionantes obras de engenharia, as represas Guarapiranga e Billings (nome de um engenheiro da Light), que armazenavam a água do rio Pinheiros, cujo curso foi revertido, passando a correr não para o rio Tietê, mas para o mar, através da gigantesca tubulação que desce a serra do Mar e alimenta a usina Henry Borden (ex-chairman da Brazilian Traction, controladora da Light - atual Brascan).



Outros apontam os efeitos perniciosos do monopólio exercido pela empresa, tida como precursora do "lobby" político no Brasil, os métodos nada éticos com que sufocou  a pouca concorrência antes da consolidação desse monopólio. Citam como exemplo a Companhia Viação Paulista, de bondes puxados a burros, liquidada em janeiro de 1900, logo após a chegada da Light. Ou a disputa com a Companhia Água e Luz, que em 1909 oferecia preços três vezes menores que os cobrados pela Light, caso a lei que garantia a livre concorrência fosse respeitada - o que a Câmara municipal desconsiderou, garantindo à Light o monopólio dos serviços de eletricidade. Por esses e outros motivos companhia era chamada ironicamente de "Sao Paulo Light & Too Much Power" nos cartuns do personagem Juca Pato, a criação memorável de  Belmonte.

A The Sao Paulo Light & Power foi criada em Toronto por carta-patente da rainha Vitória da Inglaterra em 7 de abril de 1.899, e autorizada a funcionar no Brasil no mesmo ano pelo presidente Campos Salles. Foi constituída por um grupo de capitalistas canadenses, liderados pelo americano Frederick Starck Pearson, o verdadeiro mentor da empresa. Pearson havia comprado do italiano Francisco Gualco e de Antonio Augusto de Souza a concessão para implantar o serviço de bondes elétricos e fornecer energia elétrica à cidade - concessão essa que havia sido obtida da 
Câmara Municipal.


Em 1901, é inaugurada a primeira Usina Elétrica da Light - a de Parnaíba. Antes disso, em 7 de maio de 1900, começou a circular o primeiro bonde elétrico da cidade. A partir de então, a Light cresce a reboque da fantástica explosão industrial em São Paulo. Em 1.900, havia 165 indústrias na cidade. Vinte anos depois, passaram para 4.415.

Em 1914 Frederick Pearson morreu no afundamento do navio Lusitânia, e a direção da Light passou para Alexander (Alexandre) Mackenzie. Pearson também havia sido o presidente de diversas empresas coligadas, como a Rio de Janeiro Light & Power, a Mexican Tramway, a Mexican Light & Power, a São Paulo Electric Co (que atendia a região da Sorocabana), a Barcelona Traction, a San Antonio Land & Development, e várias outras.


Em 1943 a Light foi objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que apontou uma série de irregularidades e abusos cometidos pela companhia, entre os quais: sabotagem da construção da usina de Salto no rio Parnaíba; manobras no sentido de obter decretos-leis do governo que eximissem a empresa do cumprimento de obrigações legais; influência ou pressão sobre funcionários encarregados do andamento de processos administrativos necessários à execução de obrigações da empresa, entre outros.


No final da década de 1970, o contrato de concessão da Light com o governo federal, assinado no início do século e com validade de 70 anos seria encerrado, com a entrega dos ativos investidos tanto no Rio de Janeiro, como em São Paulo ao governo brasileiro. Porém em circunstâncias obscuras, principalmente no momento político vigente (ditadura militar brasileira), o então ministro das minas e energia Shigeaki Ueki, através da Eletrobrás, adquiriu o controle acionário da Light – Serviços de Eletricidade S/A, estatizando-a.

Já nesta época, a empresa já havia se desinteressado totalmente de investir na manutenção e ampliação do sistema de transportes públicos, e na geração de energia elétrica, concentrando-se na rentável atividade de distribuição. Em 1947 a concessão do serviço de bondes passou para o poder público, através da CMTC. Já no setor elétrico a coisa foi mais complicada. A falta de investimentos da Light levou a uma gravíssima crise energética no início dos anos 50. A sociedade mais e mais foi se voltando contra o monopólio da energia elétrica, ainda mais nas mãos de uma empresa estrangeira. Isso levou à criação de diversas empresas de energia elétrica estaduais (como a CESP em São Paulo) e federais (reunidas na Eletrobrás em 1962).
Setores nacionalistas faziam pressão para que fosse declarada a caducidade da concessão da Light, e que fosse encampada pelo governo. Em 1979 a Light foi comprada pelo Governo Federal pela quantia de 1 bilhão 215 milhões de dólares (valores da época), apesar de faltarem apenas onze anos para o término da concessão. Em 1981 foi transferida para o controle do governo estadual e passou a se chamar Eletropaulo (coincidentemente, o então governador se chamava... Paulo Maluf).

Em 1998, menos de vinte anos após a sua estatização, a empresa foi reprivatizada - por 1,8 bilhão de dólares - menos do que o governo pagou pela empresa em 1979, em valores atualizados. Desse 1,8 bilhão, 1 bilhão e 200 milhões foram emprestados pelo BNDES. As últimas notícias dão conta que a controladora da Eletropaulo, a empresa americana AES atravessa grave crise, e recebeu novos empréstimos vultosos do BNDES.
Toda essa digressão foi feita para falar da empresa que construiu o prédio que ora abordamos. A primeira sede da Light, quando chegou ao Brasil, foi um sobrado na rua Direita, com loja de materiais elétricos no térreo. Em 1908 transferiu-se para o prédio Martinico Prado, na praça Antonio Prado - edifício que, muito modificado, é hoje ocupado pela Bolsa Mercantil e de Futuros.
Enfim, a empresa decidiu construir uma sede própria e para tanto comprou em 1923 o Teatro São José, no Viaduto do Chá, projetado pelo arquiteto Carlos Ekman e de propriedade da família Prado.

Teatro São José Demolido em 1924

A Light encomendou o projeto ao escritório de arquitetura Preston & Curtis, que concebeu um prédio no estilo "French Renaissance". O responsável pelo projeto foi William Proctor Preston (1877-1954), graduado na Universidade da Pensilvânia na Filadélfia em 1900.


As obras tiveram início em 1925, a cargo do Escritório Técnico Ramos de Azevedo, e se estenderam por quatro anos. Em 3 de maio de 1929, o prédio era inaugurado, batizado de "Alexandre Mackenzie", em homenagem ao advogado canadense Sir Alexander Mackenzie (1860-1943), segundo presidente da Brazilian Traction, o truste controlador da Light. Mackenzie, havia deixado a presidência da companhia e o Brasil no ano anterior, em 1928, para passar a velhice em sua luxuosavilla de Florença.

Com a expansão da empresa, tornou-se necessária a ampliação do edifício sede, e para tanto foi encomendado um projeto ao Escritório Severo & Villares (sucessor do Escritório Ramos de Azevedo. O plano previa quatro estágios de ampliação do edifício: o primeiro, o setor já existente; o segundo estágio, ampliação do edifício na rua Formosa; o terceiro, ampliação na rua Xavier de Toledo; o quarto e último previa o acréscimo de uma torre de 20 andares ao edifício.

Monumento erguido em frente a Pinacoteca do Estado
em homenagem ao Arquiteto Ramos de Azevedo, posteriormente transferido para USP.





Do plano de ampliação só foi executado o segundo estágio, entre 1939 e 1941, expandindo a fachada da Rua Formosa, e conferindo ao prédio sua feição atual. As obras foram tão bem feitas, utilizando-se os mesmos materiais de revestimento, que nem se percebe onde acaba o prédio original e começa a ampliação.
Todo o trabalho em serralheria e marcenaria foi executado pelo Liceu de Artes e Ofícios, indefectível fornecedor de elementos decorativos e construtivos para o Escritório Ramos de Azevedo. As clarabóias coloridas são de autoria do vitralista Conrado Sorgenicht Filho, da grande família de vitralistas e que também criou os vitrais do Mercado Municipal.

Externamente, o estilo do prédio lembra o do Pacific Mutual Building, em Los Angeles, e a loja de departamentos Selfridge's de Londres: o corpo do edifício é caracterizado por uma série de pilastras colossais em estilo coríntio.

No início dos anos 90, antes da privatização da empresa, o prédio Alexandre Mackenzie foi vendido para um grupo de investidores que o transformaram em um shopping center, preservando integralmente as características originais do edifício. O Shopping Light foi inaugurado em 1999, após passar por uma cuidadosa reforma e restauração, que demandou investimentos de 45 milhões de reais e durou cinco anos. Restaurado, o prédio recuperou todo o brilho do passado, inclusive os toldos das janelas, característica dos prédios no início do século XX.




Atualmente, o shopping conta com três lojas-âncora, 160 lojas satélite, estacionamento com manobrista e 200 vagas, que ocupam um terreno de 4.518 m² e 36.518 m² de área construída. E  a população de São Paulo pode apreciar o prédio em toda a sua beleza e ricos detalhes.

Fontes;


Borracha Beat Box, RADIALISTA, APRESENTADOR, GESTOR CULTURAL, INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS, ESPECIALISTA EM IMITAR INSTRUMENTOS COM A BOCA, ARTE EDUCADOR, RAPPER EVANGÊLICO, e TRANSFORMADOR SOCIAL..








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